quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Remnick generalista: não tenho nada contra especialistas
Literatura, boxe, Israel, Rússia e poder parecem temas sem qualquer conexão? Não para David Remnick (56). Ex-repórter do Washington Post e ex-correspondente na antiga União Soviética, e, desde 1998, editor-chefe da New Yorker, uma das mais prestigiadas revistas do mundo. Apesar do cotidiano de editor ser calcado em escritórios, Remnick não deixou de ser repórter. Prova disso é o livro ‘Dentro da Floresta’, reunião de seus melhores textos jornalísticos, sai agora no Brasil, pela coleção ‘Jornalismo Literário’ (Companhia das Letras).
O livro traz 23 artigos de Remnick publicados na ‘New Yorker’ entre 1994 e 2006 -o mais recente narra a eleição palestina, vencida pelo Hamas. Prevalecem os perfis, de gente variada como os escritores Philip Roth e Don DeLillo, políticos, como o premiê inglês Tony Blair e o presidente russo Vladimir Putin, e lutadores de boxe, como Mike Tyson.
"Não tenho nada contra especialistas. Acho ótimo que os melhores jornais tenham pessoas que se dedicam inteiramente a determinados assuntos. Mas isso não é para mim. Sou o tipo de pessoa que gosta de ficar pulando de política a Mike Tyson", afirma e adverte: "se isso é bom ou ruim, não sei dizer".
Segundo o editor, a escolha de apresentar, no livro, perfis de personalidades, ao invés de reportagens, se deve a atemporalidade dos assunto.s "É um tipo de texto que dura, mais ou menos, o tempo em que um peixe fresco agüenta sob o sol do meio-dia", metaforiza.
O bom perfil, conforme o editor, não pode ser uma pequena biografia, mas oferecer um olhar sobre uma pessoa num momento específico do tempo.

Capa de "De dentro da floresta"

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